sexta-feira, 9 de abril de 2010

Tenha santa paciência Chico Xavier


Francisco Cândido Xavier (1910-2002), mais conhecido como "Chico Xavier", começou a exercer sistematicamente como "médium" espiritista psicógrafo à idade de 17 anos no Centro Espírita de Pedro Leopoldo, sua cidade natal.

Durante as últimas sete décadas foi sem dúvidas e cada vez mais uma figura muitíssimo famosa. E a mais considerada pelos milhões de espiritistas do Brasil. E muito estimada inclusive por milhões de outras pessoas não-espiritistas.

Principal motivo e base de toda a exaltação propagandística: além de inumeráveis bilhetes e breves mensagens, 419 livros psicografados. Nenhum autor brasileiro tem tamanha produção. Entre 8 a 11 livros por ano. A Federação Espírita Brasileira (FEB) e outras entidades espiritistas sistematicamente publicam esses livros traduzidos em oito idiomas, inclusive japonês, árabe... e esperanto, distribuindo-os por mais de 40 países. No Brasil, 25 milhões de exemplares vendidos.

Acrescenta-se, para a admiração popular, que "Chico" cedeu todos os direitos autorais a diversas entidades espiritistas de atendimento aos pobres.

A organização de propaganda espiritista apresentou pessoalmente Chico Xavier, com seus livros, por diversas cidades de Estados Unidos, Inglaterra, França, Itália e Portugal. Uma das mais destacadas conseqüências práticas dessas viagens foi a fundação do "Christian Spirit Center", em Ellon College, Carolina do Norte.

Em numerosos jornais e revistas foram publicados e repetidos sem cessar grandes elogios à psicografia de Chico Xavier: "Os poetas de que ele é intérprete, apresentam as mesmas características de inspiração e de expressão que os identificavam neste planeta". "Anos após a sua morte, é dado encontrar-lhe novamente as idéias e o estilo". "não atraiçoou poeta algum, pois todos se apresentam realmente como eram em vida". "Ninguém que haja lido assiduamente os escritores em questão, deixará de os reconhecer integralmente nas poesias ou livros psicografados". Apregoam que inclusive o grande crítico literário Agripino Greco reconheceu nas psicografias de Chico o inconfundível estilo de Umberto de Campos... "Se o homem produziu tudo aquilo por conta própria, então ele pode ocupar quantas cadeiras quiser na Academia". Etc. A propaganda espalha pelo Brasil inteiro (e sem tanto êxito em muitas outras partes do mundo), a pergunta: "Como é possível que um ignorante e iletrado seja capaz de escrever tudo isso e em diferentes estilos?"

A REALIDADE É MUITO DIFERENTE

Direitos autorais:
Não foram empregados só em atendimento aos pobres, senão também e preferentemente para divulgação dessas psicografias e para propaganda do Espiritismo. Concretamente já aludimos ao "Christian Spirit Center", que pessoalmente Chico ajudou a fundar. Precisamente junto ao centro onde atendia Chico havia uma livraria de Espiritismo. Etc.

Iletrado?
"Fez o curso primário e estudou mais um ano com uma professora particular, que testemunha: "Distinguia-se por sua inteligência, sua memória prodigiosa e sua aplicação ao estudo. Só queria ler, não participava dos brinquedos nem das rodas dos outros meninos, e quando deles queria participar era tão sem jeito e sem graça, que preferia desistir" ("O Diário" de Belo Horizonte, 1954, serie de artigos). E outro pesquisador no "Diário de Minas" (10-858): "Que Chico Xavier não é um iletrado, como espalharam seus admiradores, não é novidade. Já há cerca de quinze anos acentuei como fez estudos secundários, e ainda muito jovem publicava sonetos seus, com sua assinatura, como um que transcrevi naquele artigo, sonetos melhores do que muitos psicografados que ele atribui à Bilac, por exemplo".

Em todas as psicografias de Chico Xavier o fundo é sempre o mesmo por mais diferentes que tenham sido os "espíritos" aos que se atribuem: Uma `religiosidade` moralista, piegas, melíflua, repetitiva, absolutamente infantil... Quase três adjetivos por linha. Os mais usados: cariciosas, dulcíssima, inexcedível, amados...

Deveria bastar ler qualquer livro psicografado por Chico Xavier para compreender que tudo está muito longe de ser o que seus propagandistas proclamam. Tomemos a melhor publicação, a mais elogiada: "O Nosso Lar". Tudo está plagado de absurdos e contradições.

DOENTE MENTAL
Por motivos de saúde houve que fazer o eletroencefalograma de Chico Xavier, fora do controle dos espiritistas quando finge que está "psicografando". Resultado esclarecedor: "Foco temporal classicamente responsável por distúrbios sensoriais, alucinações, ouvir vozes (...), arritmia, tendência a ataques epilépticos ou `transes´" (Ver, entre outras publicações, Revista "Realidade", Novembro, 1971).

Depoimento do pai, Sr. João Cândido. Confessou o próprio Chico Xavier com referência à sua "iniciação mediúnica" na infância, de sonâmbulo falante e ambulante: "Meu pai estava querendo internar-me em um sanatório para enfermos mentais (...) Devia ter suas razões: naquela época me visitavam (...) também entidades estranhas perturbadoras" (Em entrevista ao repórter Mauro Santayana, "Folha Ilustrada", São Paulo, 11-Julho-1982).

Depoimento da madrinha, Da. Rita: "Dizia que eu era louco". Surrava-me "por ser doido (...) Dizia a todo mundo que o menino era doido varrido" (Em entrevista ao repórter Ramón García y García, "Fatos e Fotos", n. 1072).

Por afirmação do próprio Chico. Afirmou inúmeras vezes que estava sempre sendo assistido e inspirado por "Emmánuel". Continuamente, ininterruptamente, dia e noite..., que o via, ouvia e sentia como a qualquer pessoa viva ou a qualquer coisa ao redor. Especialmente por "Emmánuel", como chefe, mas também mais de 500 outros "espíritos" subordinados.

Sendo isto não só sem prova nenhuma senão também clarissimamente falso, como veremos, de duas uma: ou Chico Xavier não acreditava no que afirmava e seria um continuo mentiroso e continuo farsante, ou acreditava nessa afirmação e então estava completamente fora da realidade, o que significaria que era absoluta e continuamente louco em alto grau.

AS INCONGRUÊNCIAS
Apresento algumas, entre milhares. Se Chico Xavier não era louco, a farsa seria gravíssima demais... Se Chico Xavier era um grande doente mental, não estranhariam as contínuas e enormes incongruências e que ele as atribuísse a "espíritos" superiores.

A propaganda que dele fazem os líderes do espiritismo é que deveria estranhar, se não fosse conhecido o fanatismo e mesmo tortuosa intenção...

No "Parnaso de Alem Túmulo" Chico Xavier apresenta um soneto, no "estilo dos sonetos do exílio" como se fosse uma psicografia ditada pelo "espírito" de Dom Pedro II.

Ora, o "espírito" de Dom Pedro II não sabia nem ninguém lhe comunicou no além, nem a ele nem a Chico, que os "sonetos do exílio" não eram de Dom Pedro senão de um nobre que o acompanhava? (Com toda razão Gustavo Barroso ridicularizava então a Chico Xavier num artigo em "O Cruzeiro").

"E no caso de Humberto de Campos é mais grave"...

"porque ele capricha em obedecer ao Decreto do Governo Federal que instituiu a ortografia fonética, decreto baixado depois de seu trespasse" (Timponi, Miguel: "A Psicografia ante os Tribunais", 4ª ed., pág. 333).

Chico Xavier fundou em Pedro Leopoldo o Centro Espírita São Luis Gonzaga, Rei da França.

Isto é, os "espíritos superiores" que pretendidamente assessoram a Chico seriam tão ignorantes, que não sabem que São Luís Gonzaga, jesuíta, italiano, morto muito jovem no século XVI é completamente diferente de São Luís, Rei da França, das Cruzadas, morto velho no século XIII.

VAIDADE DOENTIA
Muitos ficam surpresos pelo fato concreto de o "humildíssimo" Chico usar peruca até terminar o implante de cabelos, e antes sempre boina. É típica a vaidade exacerbada como mecanismo doentio para compensar defeitos que poderiam levar ao complexo de inferioridade. Em Chico Xavier, homossexualidade, toda a vida doente, surtos ou continua psicose... Não insistirei nisto, só o mínimo para desmascarar em Chico o continuo fingimento de humildade. Bastem as palavras do grande psiquiatra Professor Dr. Silva Mello: "Dentro do espiritismo, do mediunismo, da psicografia há muito desejo oculto, muita necessidade de ser diferente e maior e melhor do que os outros, muita vaidade, muito amor próprio (...) bem disfarçado (...) E talvez em nenhum território humano apareça isso de maneira tão evidente como justamente no campo do espiritismo" ("Mistérios e Realidades deste e do Outro Mundo", pág. 277).

NEM ADIVINHO, NEM INSPIRADO
Nada teria de mais que Chico Xavier tivesse alguma adivinhação, do pensamento ou realidade, em relação com alguma pessoa viva, no presente ou num passado ou futuro não muito distantes. Como tantas outras pessoas têm, ou mesmo todas alguma vez. Mas Chico Xavier não tinha um mínimo que fosse de controle da adivinhação, nem estava, contra o que afirmava, inspirado continuamente, ininterruptamente, dia e noite, especialmente por "Emmánuel" e mais outros 500 guias. não teria sido enganado por Otília Diogo nas fraudulentas materializações na própria casa de Chico Xavier, em Uberaba, farsa grosseira e contínua na que tão entusiasticamente colaborou, até ser tudo desmascarado pela equipe de repórteres (Revista "O Cruzeiro", ampla série de reportagens nos primeiros messes de 1964; e outras muitas reportagens posteriores, por exemplo 27-10-1970; e em outras revistas inclusive do estrangeiro, por exemplo, na revista "Creencias Populares", de Argentina, Março de 1975; e em jornais, por exemplo serie de quatro artigos em "A Gazeta" de Curitiba; etc.)



Não teria confiado tão entusiasticamente, ao ponto de designá-lo para seu sucessor, em Amauri Xavier Pena, o sobrinho que o desmascarou.

Não teria confiado nem deixado que seu "filho" adotivo, o dentista Eurípides Higino dos Reis, e a ex-mulher deste, Cristine Gertrude Shulz, desviassem dinheiro em grande quantidade durante anos, como denunciou o promotor de Investigações Criminais Dr. José Carlos Fernandes ("Veja" 14-fevereiro-01; "Contigo", 20-Fevereiro- 01; "O Estado de São Paulo", 31-Março-01; "Jornal do Brasil", 21- Setembro-01; etc., etc.)

Entre outros muitos exemplos, não haveria obtido tão facilmente êxito o repórter Hamilton Ribeiro. A seu pedido, Chico Xavier "psicografou" uma mensagem do "espírito" da mãe do Sr. João Guignone, Presidente da Federação Espírita do Paraná. Acontece que foi artimanha do repórter, a senhora "comunicante" está viva em Curitiba.

Continua o repórter Hamilton Ribeiro: "Agora vou ler a receita psicografada do pedido que fiz hoje em nome de Pedro Alcântara Rodrigues, alameda Barão de Limeira, 1327, ap. 82, São Paulo (...) Na letra inconfundível da psicografia (de Chico Xavier), lá está: 'Junto dos amigos espirituais que lhe prestam auxílio, buscaremos cooperar espiritualmente em seu favor. Jesus nos abençoe'".

"O que pensar disso? Nem a pessoa com aquele nome, nem mesmo esse endereço existem. Eu os inventei" (Revista "Realidade", Novembro 1971).

Fonte: estudosbiblicos.com

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